segunda-feira, 17 de março de 2025
Ato de Bolsonaro em Copacabana reúne menos de 20 mil e expõe fracasso
O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (16), na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, terminou em um claro fracasso de mobilização. Com expectativas de reunir um milhão de apoiadores, o evento contou com apenas 18,3 mil pessoas, segundo levantamento do Monitor do Debate Público no Meio Digital, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). O número, considerado baixo até pelos organizadores, evidencia a dificuldade do ex-presidente em manter o apoio de massa que já mobilizou multidões em anos anteriores.
A contagem de participantes foi realizada com base em imagens aéreas captadas por drones e analisadas por um software de inteligência artificial, que identifica automaticamente os indivíduos na multidão. O sistema, desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), tem precisão de 72,9% e um erro médio de 12% para mais ou para menos na contagem de grandes públicos. Foram registradas 66 fotos ao longo do dia, com destaque para seis imagens tiradas às 12h, horário de maior concentração. As imagens cobriram toda a extensão da manifestação sem sobreposição, garantindo uma análise precisa. O banco de imagens utilizado na contagem foi disponibilizado para consulta pública.
O próprio Bolsonaro reconheceu a baixa adesão ao comparar o ato com mobilizações anteriores. “A gente arrastava multidões pelo Brasil. Foi aqui, no 7 de Setembro, tinha mais gente do que agora”, afirmou o ex-presidente durante o evento. A declaração reforça a percepção de que o movimento bolsonarista perdeu parte significativa de sua força nos últimos anos.
O fracasso da manifestação ocorre em um momento crítico para Bolsonaro, que pode se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias. O ato tinha como objetivo pressionar o Congresso pela aprovação de um projeto de anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando simpatizantes do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. No entanto, a baixa adesão ao evento demonstra que a capacidade de mobilização do ex-presidente está em declínio.
A manifestação em Copacabana, que deveria ser uma demonstração de força, acabou se tornando um símbolo da fragilidade atual do bolsonarismo. Com o ex-presidente inelegível até 2030 e sob investigação por seu papel na tentativa de golpe após as eleições de 2022, o fracasso do ato reforça a percepção de que Bolsonaro enfrenta dificuldades para manter sua relevância política. Enquanto isso, o futuro do movimento que ele lidera parece cada vez mais incerto.
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