terça-feira, 9 de janeiro de 2024
Falso Pastor é preso acusado de abusar de fiéis no interior do Maranhão
Correio de Carajás
Acusado de abusar sexualmente de mulheres durante supostos atendimentos espirituais no Maranhão, o falso pastor missionário identificado como Marcos Antonio do Carmo Lima foi preso em flagrante em Marabá neste sábado (6), onde estava escondido. O homem realizava trabalhos de pretexto religioso desde 2017 e acredita-se que, com o caso vindo à tona, outras vítimas possam surgir.
A ação foi fruto do cumprimento de um mandado de prisão preventiva expedido pela comarca de Imperatriz (MA) e foi realizada pelo Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Marabá, da Seccional Urbana de Polícia Civil de Marabá, com a ajuda da Polícia Civil do Maranhão. O acusado, que se autodenominava pastor, foi detido sob acusações de violentar suas vítimas durante supostas “curas espirituais”, na Folha 18, do núcleo Nova Marabá.
As investigações apontam que Marcos Antonio é conhecido na região onde praticava os crimes e costumava se hospedar na casa de fiéis quando visitava o município maranhense. A denúncia foi feita por uma vítima que, sob a promessa de uma cura espiritual, foi abusada pelo suposto pastor.
Segundo o relato da denunciante, o investigado pediu a outra pessoa que a chamasse para receber a suposta “cura”. Ao chegar no local indicado, ele teria ficado a sós com a mulher e as demais pessoas presentes, orientada a sair do ambiente. Ainda de acordo com o depoimento, o acusado teria oferecido a ela uma água que afirmava ser de unção, e em seguida, a deitou em uma cama, instruindo a mulher a fechar os olhos.
A vítima alega ter lembranças fragmentadas do abuso subsequente, revelando que o investigado tornou público eventos dos quais ela não tinha lembrança, incluindo a sua exposição despida e a falsa afirmação de que estava possuída.
O acusado então passou a ameaçar a denunciante de divulgar fotos íntimas que teria tirado durante o abuso, caso ela não mantivesse relações sexuais com ele novamente. Além disso, o falso pastor fez ameaças similares para que a vítima entregasse sua filha para também ser vítima de abuso sexual.
O INÍCIO
A mulher conheceu Marcos Antonio em um jantar na casa de uma parente, no final de 2017. Ele se apresentava como pastor e era recomendado por conhecidos como um “profeta do trono de Deus, missionário e autor de cura e libertação”. Essa primeira apresentação levou a vítima a participar de sessões de “ministrações” promovidas por ele, que afirmava serem revelações divinas.
A relação se aprofundou quando a vítima, enfrentando problemas de saúde, recorreu à fé. Em 2019, após contatos por meio de redes sociais, Marcos Antonio se ofereceu para ajudar, pedindo que a vítima enviasse dinheiro para sua passagem. Ela, portanto, teria enviado R$ 300,00, dando início a uma série de manipulações financeiras.
As “ministrações” envolviam rituais estranhos e, em alguns casos, a vítima era submetida a abusos sexuais, muitas vezes utilizando a desculpa de cirurgias espirituais. O homem, além de abusador, era apontado como estelionatário, envolvendo-se em golpes financeiros.
Os abusos, que se estenderam por anos, incluíram a vítima sendo orientada a passar óleo em seu corpo e a fazer atos sexuais sob a justificativa de expulsar demônios. A manipulação psicológica era constante, com ameaças de “retaliação” se a vítima não se submetesse aos desejos do acusado.
A denunciante ainda revelou que Marcos Antonio costumava afirmar ter influência sobre um delegado chamado “Chagas”, mas não há confirmação da existência desse delegado. Ele também mencionava ter conexões com grupos faccionados, em uma suposta operação chamada “Ouro de Ofir”.
OUTRAS VÍTIMAS
Outras mulheres foram mencionadas como possíveis vítimas, e a polícia está investigando a extensão desses crimes. A denúncia aponta para uma rede de manipulação, abuso e fraudes ministradas por Marcos Antonio, destacando a necessidade de uma investigação minuciosa para responsabilizar o acusado e proteger possíveis vítimas.
As autoridades estão em busca de mais informações e incentivam outras possíveis vítimas a denunciarem.
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