domingo, 10 de dezembro de 2023

Alagoas: Parte de mina da Braskem rompe em Maceió


Imagem mostra rompimento de parte de mina da Braskem, em Maceió — Foto: X/@jhcdopovo/Reprodução


Parte da mina 18 da Braskem, em Maceió, em Alagoas, rompeu no início da tarde deste domingo (10/12). “A Defesa Civil de Maceió ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados e não há qualquer risco para as pessoas”, afirma o prefeito da cidade, João Henrique Caldas (PL), em rede social.

A Defesa Civil detalha que o rompimento ocorreu às 13h15 e pôde ser percebido em um trecho da lagoa Mundaú, no bairro Mutange — que se tornou um ponto “fantasma” da cidade após a população ter que deixar suas casas. Técnicos do órgão seguem monitorando o local.

A água da lagoa tende a ficar altamente salinizada, com prejuízos para a fauna e a flora do local. Ainda não se sabe o diâmetro da cratera formada pelo colapso da mina. A situação tem ligação com o afundamento do solo que atinge cinco bairros da capital de Alagoas. O monitoramento da mina foi ampliado após cinco abalos sentidos no mês de novembro.

Em 24 horas, o solo na região afundou 12,5 cm. A média de 0,5 cm por hora é a mesma desde sábado (09/12), acelerada em comparação a sexta-feira (08/12).

Relembre histórico

Os primeiros relatos sobre os danos no solo em Maceió surgiram em meio de tremores de terra no dia 3 de março de 2018. Na ocasião, o abalo fez ceder trechos de asfalto e causou rachaduras no piso e paredes de imóveis, atingindo cerca de 14,5 mil casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais. Outros bairros, como Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto e Farol também foram atingidos.

Ao todo, cerca de 20% do território da capital alagoana foi afetado, e cerca de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Muitos animais também foram abandonados.

Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil, órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia, concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema.

Na época, a mineradora tinha em área urbana 35 poços de extração de sal-gema, material usado para produzir PVC e soda cáustica. Os poços estavam pressurizados e vedados, porém a instabilidade das crateras causou danos ao solo, que foram visíveis na superfície.

A exploração do minério começou em 1979 e se manteve até maio de 2019, quando foi suspensa pela Braskem um dia após a divulgação do laudo pelo Serviço Geológico.


Com Folhapress

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