terça-feira, 6 de setembro de 2022

Usuários de ferryboat denunciam venda de passagens mais caras por atravessadores na Ponta da Espera



Por Daniel Matos


Esquema, que tem impedido centenas de pessoas de embarcar todos os dias, já foi relatado à polícia



Usuários de ferryboat revoltados por não conseguirem comprar passagens e inconformados após testemunharem terceiros passarem na frente, na fila de embarque, denunciam esquema a sargento da PM de serviço na Ponta da Espera

Usuários do transporte por ferryboat que interliga a Ilha de São Luís e a Baixada Maranhense denunciam um esquema de fraude na venda de passagens para a travessia a partir do Terminal da Ponta da Espera, na capital. Segundo os denunciantes, os bilhetes são vendidos a preços mais altos por atravessadores, que compram os tíquetes de forma antecipada com a intenção de lucrar com o caos e a irregularidade na administração do serviço.

De acordo com relatos de usuários prejudicados pela esperteza de terceiros e pela omissão do Governo do Estado, responsável pela gestão do transporte por ferryboat, pessoas não identificadas compram os bilhetes nos guichês pelos valores de tabela e os revendem com margem inflacionada, algo semelhante ao que é praticado por cambistas em shows culturais e eventos esportivos. Como a procura por passagens é intensa e a comercialização dos bilhetes via internet não está ocorrendo, inexplicavelmente, há sempre quem esteja disposto a pagar mais para embarcar.

O resultado da fraude são filas enormes, em todos os horários de viagens, longa espera e inúmeras reclamações de passageiros impedidos de chegar aos seus destinos por falta de fiscalização. Nem mesmo idosos, crianças e idosos são poupados da agonia de aguardar o embarque sem qualquer perspectiva.

Caso de polícia

O esquema já virou caso de polícia, pois um grupo de usuários, inconformados com a falta de passagens, e após descobrirem o que estava acontecendo, denunciaram a falcatrua a um sargento da PM que estava de serviço na Ponta da Espera no último dia 26 de agosto, uma sexta-feira, dia em que o movimento na travessia até o Cujupe e na rota até São Luís é ainda maior. O policial se comprometeu a averiguar os fatos, mas ainda não há informação oficial sobre a suposta apuração.

Como se não bastasse o ato ilícito configurado pela venda de passagens por atravessadores a preços acima da tabela, o serviço continua sendo prestado de forma ineficiente, bem diferente da versão alardeada por candidatos governistas na campanha eleitoral.

O vídeo abaixo detalha o esquema fraudulento:

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