No Maranhão, ex-bolsonarista faz apostas de R$ 1,5 milhão sobre vitória de Lula
Ex-apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o empresário Artu Oliveira, 45, afirma ter feito apostas de mais de R$ 1,5 milhão na vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano. “Sou apaixonado por política, já fui candidato duas vezes e faço apostas desde sempre. Nada que possa colocar o patrimônio da minha família em risco.
Já fiz mais de 16 apostas sobre Lula porque acredito que ele vai ganhar, como teria ganho se tivesse conseguido disputar em 2018. Bolsonaro me decepcionou em quatro anos de governo. Votei nele na última eleição, mas acho que, de lá para cá, o Brasil só piorou”, disse.
A aposta mais cara, de R$ 800 mil, foi com o amigo bolsonarista Gildemberg de Sá, 51, dono de uma empresa de mineração no Maranhão.
“Artu me desafiou porque acreditou que eu ia fugir. Para mostrar que estou confiante na vitória de Bolsonaro, aceitei a aposta com a condição de que fosse tudo registrado em cartório”, afirmou ao UOL Gildemberg. “Sou Bolsonaro desde criancinha”, brinca ele.
Segundo o contrato reconhecido em cartório, Artu colocou em disputa uma chácara de 23 hectares, avaliada em R$ 800 mil. O colega bolsonarista apostou 11.111 toneladas de pedras de gesso, no mesmo valor (cada tonelada do minério vale R$ 72).
“Ficando bem claro que a disputa entre os dois candidatos a presidente citados, qualquer eventualidade que um dos dois candidatos saiam da disputa, a aposta será desconsiderada”, diz uma das cláusulas do contrato.
Pesquisa Ipec (ex-Ibope) divulgada no fim de agosto mostra que o ex-presidente petista lidera a disputa no Maranhão, com 66% das intenções de voto, contra 18% de Bolsonaro.
O clima de disputa política não parece afetar a cordialidade entre Artuzinho e Berguinho, como são conhecidos em Grajaú, cidade em que vivem.
Questionados sobre os episódios de violência protagonizados pelo policial bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, que matou a tiros o guarda municipal petista Marcelo Aloizio Arruda em julho, em Foz do Iguaçu (PR), eles dizem repudiar quaisquer manifestações de intolerância política.
“Vivemos numa democracia e cada um tem o direito de defender e votar em quem achar melhor. Criar inimizades por causa de política é bobagem e entristecedor”, diz o bolsonarista.
O amigo petista concorda: “No fim das contas, tanto eles, que votam em Bolsonaro, quanto eu buscamos um país melhor e mais justo. Só temos visões diferentes sobre qual candidato pode proporcionar isso”.
Do site UOL
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