quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Em quase 3 anos, 12 assassinatos foram registrados no MA como execução por motivação política


Cinco vereadores, três blogueiros e o caso mais recente que é o assassinato do ex-prefeito de Barra do Corda, Nenzim, constam na lista de crimes com características de pistolagem.


Foto: Arquivo

SÃO LUÍS - A morte do ex-prefeito de Barra do Corda, Manoel Marino de Sousa, o Nenzim, chama atenção para os crimes com motivação política no Maranhão. Em levantamento feito por O Estado mostra que nos últimos 36 meses 12 assassinatos foram registrados e investigados como crime de execução por motivação política.

Desse total de crimes com característica de pistolagem (crime encomendado) cinco foram contra vereadores do interior do Maranhão. Três ocorreram contra blogueiros e um contra um secretário municipal, um contra um candidato a vice-prefeito além do assassinato do ex-prefeito Nenzim.

Na conta da violência do Maranhão estão as mortes por execução dos vereadores Evilásio Roque Ramos, o Evilásio do PAM de Caxias. Ele foi encontrado morto dentro de casa com dois tiros na cabeça. A polícia seguiu a linha de investigação de que o crime foi de pistolagem.

Outro vereador assassinado foi Paulo Baiano, de Cidelândia. O crime ocorreu em 2016. O parlamentar foi encontrado morto dentro de um carro na cidade de Vila Nova de Martírios. O corpo estava com marcas de balas.

Em Godofredo Viana foi executado o vereador César da Farmácia também em 2016. Ele tinha acabado de receber o diploma de vereador eleito e quando chegou a farmácia de sua propriedade, foi surpreendido por dois homens que tiraram três vezes contra o parlamentar.

O primeiro vereador assassinado foi Esmilton Pereira dos Santos. O crime ocorreu em governador Nunes Freire, em 2016. Ele foi morto com 15 tiros.

O último crime contra vereador ocorreu em 2017. Miguel do Gogó, vereador de Anajatuba, foi surpreendido por um homem que tirou a queima roupa três meses na cabeça do parlamentar, que estava em uma festa junto com a esposa e um filho pequeno. Miguel do Gogó vinha sofrendo ameaças e chegou a pedir proteção na Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).

Nos cinco casos, o crime de pistolagem ficou evidente já que pertences não foram roubados e os assassinos chegaram, atiraram na cabeça ou nas costas das vítimas.

Assim como ficou evidente a execução de três blogueiros no Maranhão. Um em 2016 e outros dois em 2015. O primeiro foi Ítalo Eduardo Diniz Barros, que foi executado a tiros no município de Governador Nunes Freire. No mesmo ano, Roberto Lano, de Buriticupu, foi executado por dois homens que chegaram em um moto.

Em 2016, a vítima foi o blogueiro Manoel Bem-hur de Grajaú. Nos três casos, a Superintendência da Polícia Civil no interior trabalhou com a linha de investigação de crime de pistolagem com motivação política já que nos blogs das vítimas, o destaque era sempre as notícias relacionadas a denúncias contra políticos.

Também relacionado a política é o assassinato do sargento da Polícia Militar, Emídio de Sena Batalha Filho. Ele foi morto com quatro tiros nas costas no momento que participava de um comício na cidade de Centro Novo do Maranhão durante a campanha eleitoral de 2016. Dois homens em um moto chegaram e atiraram contra o policial e depois fugiram.

Mais

Na conta dos crimes de pistolagem no Maranhão também aparecem o caso do secretário adjunto de Agricultura de São Raimundo do Doca Bezerra, José Almir Mendonça, o Branco. Ele levou três tiros na cabeça e o corpo foi jogado em um lixão da cidade. Também consta na lista de execução por motivação política a morte do ex-candidato a vice-prefeito de São Domingos do Maranhão, José Carlos Rodrigues Carvalho.

Correlata

Deputado governista admite crimes de pistolagem no MA

Deputado da linha de frente do governador Flávio Dino (PCdoB), na Assembleia Legislativa, Bira do Pindaré (PSB), admitiu em discurso quando do assassinato do vereador Esmilton Pereira dos Santos, de Governador Nunes Freire, que os crimes ocorridos no munícipio – que inclui o assassinato de um blogueiro – são de pistolagem.

Segundo Pindaré, Nunes Freire está na frente entre as cidades maranhenses quando o assunto é pistolagem.

“De fato uma violência brutal que tem que ter o nosso repúdio absoluto, a nossa indignação e a nossa reação em relação a esses fatos. Hoje a gente pode dizer que é a cidade que está na dianteira em relação aos crimes de pistolagem em todo o Maranhão. É preciso resposta”, afirmou Bira em agosto de 2016.

O Deputado disse ainda que o Maranhão não pode ser terra de pistolagem. “Crimes claramente caracterizados como crime de encomenda, dificilmente se consegue prevenir, porque a ação do pistoleiro, mas é preciso uma reação. É por isso que eu quero pedir ao governador Flávio Dino e ao secretário da Segurança, Jefferson Portela, o empenho máximo em relação a esse assassinato e aos outros assassinatos que aconteceram no município Nunes Freire. O Maranhão não pode e não será terra de pistolagem”, concluiu.

O problema é que pelos demais crimes que voltaram a ocorrer, parece sim que a pistolagem já faz parte das práticas criminosas no Maranhão.

Vinculada

Pistolagem e agiotagem no MA preocupam presidente do TSE

Gilmar Mendes já pediu investigação de órgãos federais para evitar que organizações criminosas interfiram nas eleições no estado

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, em entrevista concedida ao jornal O Globo, em outubro deste ano, relatou a preocupação com a influência de facções criminosas nas eleições em cinco estados brasileiros. E um desses estado é o Maranhão.

Segundo a reportagem de O Globo, o TSE acionou órgãos de investigação e inteligência do Governo Federal para coibir a iniciativa dos criminosos.

A preocupação é com as eleições em todo país, mas no primeiro semestre a Justiça Eleitoral encaminhou para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e para a Polícia Federal um relatório com base na disputa de 2016 no Rio em que aponta a influência de facções criminosas e milícias em 19 zonas eleitorais de sete cidades, incluindo a capital. O crime, porém, já esticou seus tentáculos em outros estados como São Paulo, Amazonas e Maranhão.

No Maranhão, a preocupação é com o financiamento de campanhas feitas por agiotas, cuja origem do dinheiro seria da facção Primeiro Comanda da Capital (PCC). “No Maranhão, nós acompanhamos a situação de agiotas financiando as eleições, com dinheiro que viria do PCC. Tudo isso é preocupante e não podemos querer que o quadro da política no Brasil, que já não é exemplar, se torne ainda pior”, afirmou o presidente do TSE.

Sobre a presença de agiotas para financiar campanhas eleitorais, um dos exemplos no estado é a quadrilha comandada por Gláucio Alencar, um dos acusados da morte do jornalista Décio Sá. Segundo a polícia, Gláucio emprestava dinheiro a candidatos, que após eleitos, pagavam o débito com contratos fraudulentos.

A polícia chegou a prender outros empresários acusados de agiotagem. Entre eles está Josival Cavalcante Silva, o Pacovan. Preso já sete vezes por crime de lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, o agiota é acusado de ter R$ 200 milhões em bens oriundos de lavagem de dinheiro público.

Imirante

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