quinta-feira, 1 de junho de 2017

Polícia investiga crimes envolvendo policiais em Buriticupu


Os policiais militares Tiago Viana Gonçalves, 33 anos, e Josiel Alves Aguiar, 34 anos, foram presos por suspeita de envolvimento em vários crimes na cidade de Buriticupu. A polícia busca por mais um militar, o soldado Gladstone de Sousa Alves, 34 anos, que está foragido. Foram abertos inquéritos penal e administrativo para apurar a conduta dos suspeitos. Na lista de crimes atribuídos ao trio está homicídio qualificado, ocultação de cadáver, associação criminosa, apropriação indevida, extorsão, formação de quadrilha e coação. Os policiais estão em prisão temporária, mas será solicitada a preventiva.

As informações sobre o andamento das investigações foi apresentada, na tarde desta quarta-feira (31), durante coletiva à imprensa, na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SPP), na Vila Palmeira. Desde o início das investigações, 42 pessoas, entre policiais militares, civis e outras testemunhas foram ouvidas. Serão acionados ainda para prestar informações membros do Quartel Militar e da Delegacia Civil de Imperatriz, além da Delegacia de Buriticupu.

Tiago Viana, Josiel Alves e Gladstone de Sousa são suspeitos do desparecimento e possível homicídio do cabo Júlio César da Luz Pereira e do soldado Carlos Alberto Constantino Sousa, vistos pela última vez em 17 de novembro do ano passado, quando saiam juntos em uma caminhonete Triton L-200 preta, fora do turno de serviço e à paisana. Os dois teriam sido atraídos para realizar o roubo de veículos de carga. Em depoimento, os suspeitos negaram qualquer conversa neste sentido com os policiais.

Durante a coletiva, o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, condenou os desvios de conduta e enfatizou a firmeza das investigações. “Fico indignado com policiais no crime, pois, ao fazerem o juramento, estão diante de suas famílias, da corporação e da sociedade se comprometendo a honrar a missão. Policial que convive com bandido é bandido também e não compactuamos. Se forem identificados mais envolvidos eles serão presos e punidos com o rigor da lei. O monitoramento interno é um dever do sistema de Segurança e aqueles que tenham atitudes em desacordo com as normas não permanecerão na polícia”, garantiu.

O delegado-geral de Polícia Civil, Lawrence Melo, explicou que está sendo feito um trabalho intenso para investigação dos crimes. “É uma investigação minuciosa que vem ocorrendo há alguns meses e agora teve uma etapa concluída, mostrando que a Segurança não é condescendente com a ilicitude”, ressaltou.

O superintendente de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), delegado Leonardo Diniz, informou que as investigações foram iniciadas ainda no ano passado, quando foi identificada a ligação dos policiais que estão presos com o desaparecimento dos outros dois militares e com o crime de tráfico de drogas. “Esses policiais estavam em conflito com a lei, envolvidos em um conjunto de graves crimes, que inviabilizam sua atuação na missão de segurar e salvar vidas”, declarou o delegado Leonardo Diniz. 

Durante a coletiva, o subcomandante da PM, coronel Jorge Luongo, destacou que o policiamento foi reforçado na cidade. “Estamos, desde então, reforçando o efetivo daquela área com apoio e monitoramento. Os envolvidos nesses atos ilícitos correspondem a uma minoria que não representa a corporação, e que serão punidos conforme seus atos”, enfatizou.

Participou ainda da coletiva o corregedor-geral do sistema de Segurança Pública, Fernando de Moura.

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