segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Mensalão: Serra defende investigação sobre Lula
Tucano, que vem usando mensalão para atacar rival
do PT em SP, diz ser 'oportuno' que ex-presidente se manifeste
Folha de São Paulo
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José
Serra, disse ontem que os relatos de que o ex-presidente Lula era o chefe do
mensalão devem ser investigados pelo Ministério Público e a Justiça.
Sem citar Lula, Serra afirmou que as declarações
atribuídas ao empresário Marcus Valério na revista "Veja" mostram
"a gravidade daquilo que aconteceu no Brasil" e a
"necessidade" de que as apurações sobre o caso sejam "aprofundadas,
até por uma satisfação ao povo".
"Agora elementos novos que devem, sim, ser
investigados. Tudo o que é levantado na entrevista deve ser investigado",
disse o tucano. Ele disse ainda que seria "oportuno" que o
ex-presidente se manifeste.
A oposição ao PT no Congresso engrossou o coro por
um posicionamento de Lula. "O que eram suspeitas colocam-se agora como
objeto real. O Brasil espera explicações", José Agripino Maia, presidente
do DEM.
Em público, petistas evitaram repercutir as
declarações atribuídas a Valério. Numa menção velada, o presidente do PT, Rui
Falcão, disse que "começaram as baixarias, mentiras e acusações
falsas", em evento de campanha, com Lula, em São Paulo.
Nos bastidores, no entanto, a reação foi ruidosa.
Integrantes do partido disseram haver risco de impacto na campanha de Haddad,
já que José Serra tem explorado o mensalão para atacar o petista no horário
eleitoral.
O tucano e o petista aparecem empatados
tecnicamente nas últimas pesquisas de intenção de votos, o que acirrou a troca
de farpas.
As acusações trazidas pela revista devem ser
incorporadas à propaganda tucana.
Ontem mesmo o site de campanha de Serra já
veiculava relatos e fotografias sobre a reportagem da 'Veja'.
O PSDB acredita que o impacto do julgamento do
mensalão sobre a população será maior nas próximas semanas, quando o destino de
políticos da cúpula do PT, como José Dirceu e Delúbio Soares, entrará na pauta
do STF.
No comitê de Haddad, a estratégia é desqualificar a
reportagem. Coordenador da campanha, o deputado Simão Pedro (PT) disse que
"uma pessoa [Valério] que, depois de condenada, muda a versão dos fatos
não merece credibilidade".
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